segunda-feira, 22 de junho de 2009

“Essa decisão é um estupro à democracia do país”, afirma deputado sobre decisão do Supremo

. segunda-feira, 22 de junho de 2009


No protesto ocorrido na manhã desta segunda-feira (22), em Teresina, estava o deputado estadual Fábio Novo, que é presidente estadual do Partido dos Trabalhadores, além dos universitários, jornalistas, professores e simpatizantes da causa. O deputado petista é jornalista e declarou ser totalmente contra a decisão da não obrigatoriedade do diploma jornalístico. Ele ainda declarou, quanto a essa decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que “essa decisão é um estupro à democracia do país”.
Manifestantes saíram, em passeata, vestidos de preto e com narizes de palhaço, cartazes, adesivos e gritos de protesto desde a concentração – em frente ao Supermercado Bompreço da avenida Frei Serafim – até a Assembleia Legislativa do estado do Piauí (ALEPI). Ao chegar à ALEPI, eles concentraram-se na galeria do plenário, onde já havia uma discussão voltada ao assunto – provocada pelo deputado Fábio Novo.

Além de Novo, posicionaram-se a favor da causa os deputados Leal Júnior (DEM), Antonio Uchoa (PDT), Warton Santos (PMDB), Deusimar Brito (PSDB), Lilian Martins (PSB) e Flora Izabel (PT), dentre outros.

O parlamentar Fábio também frisou que a maior Corte do Brasil também é passível de erros. Ele enfatizou a necessidade da formação técnica por parte dos profissionais da are de Jornalismo e que, somente na Universidade, adquire-se condições necessárias para o exercício da atividade jornalística. "A profissionalização e o curso trouxeram considerável melhoria à produção jornalística do estado”, comentou o deputado petista sobre os 25 anos de criação do curso de Jornalismo na Universidade Federal do Piauí.

Fábio Novo também relembrou, em seu discurso, que muitos estudantes se endividaram junto a financiamentos de cursos em faculdades particulares para obterem uma formação que hoje está sendo desvalorizada, diante da não obrigatoriedade do diploma. Para ele, a decisão do STF leva o jornalismo de volta a um estágio pré-histórico e exemplifica essa tese com a produção noticiosa de correspondentes de portais no interior do estado, que, segundo ele, têm muita dificuldade em escrever seus textos dentro dos padrões jornalísticos justamente por não ter a formação acadêmica.

O deputado também colocou como conseqüências dessa ação errônea dos ministros a queda do piso salarial do jornalista e a redução da qualidade dentro das redações.

“Imagine um advogado, como o Gilmar Mendes, não precisar ter o diploma de advogado e não ter o estudo que ele teve pra ser ministro do Supremo Tribunal Federal. Pela ótica do Gilmar Mendes, diz a Constituição que eu, Fábio Novo, posso fazer o meu Habeas Corpus de mão e entregar... Imagine se a classe dos advogados vai aceitar que nós não tenhamos mais a exigência para o diploma do advogado”, criticou o parlamentar. Ele argumentou que, apesar de a Constituição oferecer a qualquer um o poder de fazer o próprio Habeas Corpus, ninguém o faz por falta de conhecimentos técnicos mais específicos, que cabem aos profissionais de Direito. “Não é diferente no jornalismo”, acrescentou.

CONFIRA O ÁUDIO COM UM TRECHO DO DISCURSO DO DEPUTADO ESTADUAL FÁBIO NOVO NA ASSEMBLEIA!


Reportagem e Edição: Tamires Coelho
tamirescoelho@hotmail.com

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