sábado, 8 de maio de 2010

Grupo Harém de Teatro comemora 25 anos com exibição de peça

. sábado, 8 de maio de 2010
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Começou nesta sexta-feira, 07 de maio, no Teatro da Estação, a apresentação da peça A Casa de Bernarda Alba, que estreia as comemorações dos 25 anos do Grupo Harém de Teatro de Teresina. A peça, dirigida por Arimatan Martins, começará às 20 horas de sexta a domingo, até o dia 30/05.

“A comemoração durará o ano inteiro”, diz Francisco Pellé, ator fundador do grupo Harém. Entre as várias atividades que acontecerão durante este ano, está um espetáculo em parceria do Teatro Extremo Portugal, que encenará o texto “Quando as máquinas param”, de Plínio Marques, na terceira edição do FestLuso (Festival de Teatro Lusófono).

Além disso, também há um livro que será lançado em dezembro, com 25 textos e fotos dos espetáculos que marcaram o grupo de teatro durante esses 25 anos.Todo esse tempo de atuação rendeu ao grupo Harém várias premiações em festivais de teatro, como o como o de Guaramiranga-CE. O reconhecimento também é representado pelos prêmios nacionais e internacionais ganhos, como Mérito Lusófono, conquistado em Portugal.

A Casa de Bernarda Alba é a terceira peça da trilogia de dramas folclóricos apresentada pelo grupo, antecedida por Yerma e Bodas de Sangue. Ela relata a história de uma mulher que declara oito anos de luto pela morte de seu segundo marido, mantendo assim, suas cinco filhas e duas empregadas reclusas em sua casa. Durante esse período, elas compartilham dores, sofrimentos, felicidades, ódio e amor. Duas das cinco filhas são apaixonadas pelo mesmo homem e disputam a reciprocidade deste sentimento.

O espetáculo é baseado no texto do espanhol Frederico Garcia Loca, com financiamento do SIEC- Sistema de Incentivo a Cultura do Governo do Estado do Piauí. Para a leitura de Arimatan Martins, que dirige o grupo Harém desde sua fundação, a peça reúne toda a dramaticidade que existe nos textos do autor ibérico.


Veja o elenco:
Lari Sales (Bernarda)
Airton Martins (Maria Josefa – mãe de Bernarda)
Maneco Nascimento (Angústias – filha)
Tércia Maria (Madalena – filha)
Bid Lima (Amélia – filha)
Fernando Freitas (Martírio – filha)
Janaína Alves (Adela – filha caçula)
Francisco de Castro (La Poncia – criada)
Luciano Brandão (criada)


Reportagem: Natali Andrade
Fotos: Grupo Harém
Edição: Tamires Coelho
tamirescoelho@hotmail.com

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quarta-feira, 5 de maio de 2010

Médico piauiense transfere experiências do consultório para páginas de uma ficção

. quarta-feira, 5 de maio de 2010
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O neurologista Marcus Sabry condensa angústias e dúvidas em um conto que instiga o ser humano a conhecer sua própria essência

Transformar cotidiano em ficção. O livro Castelos de Areia traz o encontro entre um velho prestes a morrer e um menino – duas trajetórias opostas que colidem em um momento crítico – e, muito mais que isso, convida o leitor a refletir sobre angústias comuns a todos os seres humanos.

A trama conta uma história principal dividida em três partes e propõe uma discussão de conceitos e interrogações, uma reflexão sobre dúvidas e angústias. “Mesmo se os leitores não atentarem para a reflexão dos conceitos, há uma boa história para ser lida, pelo prazer da leitura”, afirma Marcus Sabry, neurologista e autor do conto.

Para conciliar e dedicar-se a duas rotinas difíceis – de médico e escritor –, ele dorme pouco, cerca de quatro horas por noite. Uma ironia para quem trata pacientes com distúrbios do sono. “O desafio, na realidade, é o próprio livro. É você conseguir em 120 páginas condensar um assunto denso e abstrair dali como pessoas bem diferentes conseguem receber aquela mensagem. Um livro é quase uma escultura”, afirma o autor de Castelos de Areia.


Escrever, para o médico, é algo tão importante na sua vida quanto a Medicina e não considera suas produções fruto de um simples hobby. Ele revela que a experiência nos consultórios foi fundamental para conceber a obra literária. Após mais de setenta mil pacientes atendidos, ele percebeu que as pessoas traziam angústias sob forma de dores de cabeça, insônia, tremores ou desmaios.

“Os pacientes não chegam dizendo ‘Eu não sei a quem procurar porque eu tenho uma angústia’. Eles explicam apenas os sintomas que estão sentindo. No fim, a causa não é orgânica, mas sim essa angústia que está consumindo aquela pessoa”, pontua o médico.

Marcus Sabry pretende surpreender e provocar reações no leitor. “Um livro, com um conteúdo que vai além do entretenimento, é capaz de modificar, mesmo que pouco, uma pessoa. Se essa pessoa começa a ler e termina a leitura diferente, esse livro será importante. Para caber em um número pequeno de páginas, tem que ser algo denso. Quanto mais denso, maior a importância de cada vírgula, de cada página”, acrescenta.

O autor já tem outras três obras prontas para publicação – dois livros voltados à Medicina e um de ensaios. A coletânea de ensaios aborda os mesmos conceitos do conto recentemente lançado, mas voltados para um público diferente que prefere uma abordagem mais direta.

O livro Castelos de Areia é uma produção independente e já está disponível nas livrarias de Teresina. O lançamento está sendo feito nas universidades e colégios da capital acompanhado de palestras do neurologista.


Baixo consumo da literatura local estimula produção independente

Assim como a obra Castelos de Areia, muitas outras produções piauienses são editadas e financiadas por seus próprios autores. O crescimento desta tendência é justificado pela ausência de uma cultura de consumo dos livros produzidos no estado.

As instituições de ensino no Piauí adotam livros de escritores locais ainda de maneia tímida – o que dificulta a divulgação e, consequentemente, as vendas dessas obras. Dificuldades como essa obrigam muitos autores a financiar suas próprias produções, diante de um mercado consumidor local insipiente.

Leonardo Dias, proprietário de uma editora em Teresina, explica que é difícil encontrar editoras dispostas a trabalhar com autores do Piauí. “Como as pessoas ainda não têm, no mercado local, o hábito de consumir a literatura local, quem edita, tem que selecionar bastante para não ter prejuízo. E são adotados critérios rigorosos. Quando se trata de poesia a situação é ainda pior”, afirma.


Edição e Reportagem: Tamires Coelho
tamirescoelho@hotmail.com

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domingo, 2 de maio de 2010

Novas abordagens desafiam o jornalismo cultural no Piauí

. domingo, 2 de maio de 2010
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Informar e explorar o cotidiano sob novas vertentes. Esse é um dos objetivos do jornalismo cultural, mas que parece ser algo ainda distante do que é produzido no Piauí. A falta de prioridade com a editoria de cultura somada a restrições com espaço e estrutura levam, muitas vezes, jornalistas piauienses a limitar seu foco nos movimentos artísticos ou substituir matérias por releases. O que é produzido a nível local não merece descarte, mas ainda deixa a desejar.


Fazer jornalismo cultural é um desafio nas redações teresinenses. Além de consideradas matérias “de menor relevância”, muitas notícias sobre cultura restringem-se a falar superficialmente de música, teatro e dança. Esses problemas são minimizados com a proximidade de eventos culturais importantes como o Fórum Um Minuto para a Dança e o Festival de Folguedos, por exemplo.


O jornalista piauiense Pedro Jansen, editor da Revista da Cultura, acredita que as principais diferenças dos cadernos de cultura produzidos no Piauí e em São Paulo estão ligadas ao compromisso e à estrutura, e que essas realidades ainda estão distantes. Jansen ressalta, no entanto, que há muito esforço e pessoas dedicadas ao jornalismo cultural em Teresina.


“Como um editor e um repórter vão fechar diariamente três páginas de texto, mais especiais de fim de semana sem utilizar releases? Existem muitos jornalistas interessados em escrever sobre cultura. O que nos falta mesmo é estrutura”, pontua o editor. Jansen aponta a falta de profissionais como um dos problemas chave e alerta que, no Piauí, jornalismo cultural e entretenimento se entrecruzam de uma forma mais mercadológica e menos analítica do que deveriam.


Os artistas locais conhecem bem alguns problemas do jornalismo cultural, porque não há textos e críticas que os ajudem a repensar sua arte. Segundo Elielson Pacheco, integrante do Núcleo de Criação do Dirceu, a postura de muitos jornalistas acaba afastando algumas de suas principais fontes. “Eles vêm nos procurar apenas para preencher lacunas. Essa falta de comprometimento leva a um preconceito da maioria dos artistas em relação aos jornalistas”, explica o bailarino.


Muitos estudantes já pensam em um novo viés para o jornalismo cultural piauiense. É o caso de Filipi Moura, aluno de Jornalismo na Universidade Federal do Piauí, que acredita na necessidade de inovar, ousar com outros formatos de texto e sair dos limites do entretenimento. “Os maiores problemas são a repetição de assuntos e o medo de abordar temas diferentes. Falta aprofundamento, matérias mais contextualizadas”, diz. Porém, o ideal seria que a imprensa não esperasse a próxima geração para aperfeiçoar o segmento cultural.


Edição e Reportagem: Tamires Coelho

tamirescoelho@hotmail.com

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