O neurologista Marcus Sabry condensa angústias e dúvidas em um conto que instiga o ser humano a conhecer sua própria essência
Transformar cotidiano em ficção. O livro Castelos de Areia traz o encontro entre um velho prestes a morrer e um menino – duas trajetórias opostas que colidem em um momento crítico – e, muito mais que isso, convida o leitor a refletir sobre angústias comuns a todos os seres humanos.
A trama conta uma história principal dividida em três partes e propõe uma discussão de conceitos e interrogações, uma reflexão sobre dúvidas e angústias. “Mesmo se os leitores não atentarem para a reflexão dos conceitos, há uma boa história para ser lida, pelo prazer da leitura”, afirma Marcus Sabry, neurologista e autor do conto.
Para conciliar e dedicar-se a duas rotinas difíceis – de médico e escritor –, ele dorme pouco, cerca de quatro horas por noite. Uma ironia para quem trata pacientes com distúrbios do sono. “O desafio, na realidade, é o próprio livro. É você conseguir em 120 páginas condensar um assunto denso e abstrair dali como pessoas bem diferentes conseguem receber aquela mensagem. Um livro é quase uma escultura”, afirma o autor de Castelos de Areia.
Escrever, para o médico, é algo tão importante na sua vida quanto a Medicina e não considera suas produções fruto de um simples hobby. Ele revela que a experiência nos consultórios foi fundamental para conceber a obra literária. Após mais de setenta mil pacientes atendidos, ele percebeu que as pessoas traziam angústias sob forma de dores de cabeça, insônia, tremores ou desmaios.
“Os pacientes não chegam dizendo ‘Eu não sei a quem procurar porque eu tenho uma angústia’. Eles explicam apenas os sintomas que estão sentindo. No fim, a causa não é orgânica, mas sim essa angústia que está consumindo aquela pessoa”, pontua o médico.
Marcus Sabry pretende surpreender e provocar reações no leitor. “Um livro, com um conteúdo que vai além do entretenimento, é capaz de modificar, mesmo que pouco, uma pessoa. Se essa pessoa começa a ler e termina a leitura diferente, esse livro será importante. Para caber em um número pequeno de páginas, tem que ser algo denso. Quanto mais denso, maior a importância de cada vírgula, de cada página”, acrescenta.
O autor já tem outras três obras prontas para publicação – dois livros voltados à Medicina e um de ensaios. A coletânea de ensaios aborda os mesmos conceitos do conto recentemente lançado, mas voltados para um público diferente que prefere uma abordagem mais direta.
O livro Castelos de Areia é uma produção independente e já está disponível nas livrarias de Teresina. O lançamento está sendo feito nas universidades e colégios da capital acompanhado de palestras do neurologista.
Baixo consumo da literatura local estimula produção independente
Assim como a obra Castelos de Areia, muitas outras produções piauienses são editadas e financiadas por seus próprios autores. O crescimento desta tendência é justificado pela ausência de uma cultura de consumo dos livros produzidos no estado.
As instituições de ensino no Piauí adotam livros de escritores locais ainda de maneia tímida – o que dificulta a divulgação e, consequentemente, as vendas dessas obras. Dificuldades como essa obrigam muitos autores a financiar suas próprias produções, diante de um mercado consumidor local insipiente.
Leonardo Dias, proprietário de uma editora em Teresina, explica que é difícil encontrar editoras dispostas a trabalhar com autores do Piauí. “Como as pessoas ainda não têm, no mercado local, o hábito de consumir a literatura local, quem edita, tem que selecionar bastante para não ter prejuízo. E são adotados critérios rigorosos. Quando se trata de poesia a situação é ainda pior”, afirma.
A trama conta uma história principal dividida em três partes e propõe uma discussão de conceitos e interrogações, uma reflexão sobre dúvidas e angústias. “Mesmo se os leitores não atentarem para a reflexão dos conceitos, há uma boa história para ser lida, pelo prazer da leitura”, afirma Marcus Sabry, neurologista e autor do conto.
Para conciliar e dedicar-se a duas rotinas difíceis – de médico e escritor –, ele dorme pouco, cerca de quatro horas por noite. Uma ironia para quem trata pacientes com distúrbios do sono. “O desafio, na realidade, é o próprio livro. É você conseguir em 120 páginas condensar um assunto denso e abstrair dali como pessoas bem diferentes conseguem receber aquela mensagem. Um livro é quase uma escultura”, afirma o autor de Castelos de Areia.
Escrever, para o médico, é algo tão importante na sua vida quanto a Medicina e não considera suas produções fruto de um simples hobby. Ele revela que a experiência nos consultórios foi fundamental para conceber a obra literária. Após mais de setenta mil pacientes atendidos, ele percebeu que as pessoas traziam angústias sob forma de dores de cabeça, insônia, tremores ou desmaios.
“Os pacientes não chegam dizendo ‘Eu não sei a quem procurar porque eu tenho uma angústia’. Eles explicam apenas os sintomas que estão sentindo. No fim, a causa não é orgânica, mas sim essa angústia que está consumindo aquela pessoa”, pontua o médico.
Marcus Sabry pretende surpreender e provocar reações no leitor. “Um livro, com um conteúdo que vai além do entretenimento, é capaz de modificar, mesmo que pouco, uma pessoa. Se essa pessoa começa a ler e termina a leitura diferente, esse livro será importante. Para caber em um número pequeno de páginas, tem que ser algo denso. Quanto mais denso, maior a importância de cada vírgula, de cada página”, acrescenta.
O autor já tem outras três obras prontas para publicação – dois livros voltados à Medicina e um de ensaios. A coletânea de ensaios aborda os mesmos conceitos do conto recentemente lançado, mas voltados para um público diferente que prefere uma abordagem mais direta.
O livro Castelos de Areia é uma produção independente e já está disponível nas livrarias de Teresina. O lançamento está sendo feito nas universidades e colégios da capital acompanhado de palestras do neurologista.
Baixo consumo da literatura local estimula produção independente
Assim como a obra Castelos de Areia, muitas outras produções piauienses são editadas e financiadas por seus próprios autores. O crescimento desta tendência é justificado pela ausência de uma cultura de consumo dos livros produzidos no estado.
As instituições de ensino no Piauí adotam livros de escritores locais ainda de maneia tímida – o que dificulta a divulgação e, consequentemente, as vendas dessas obras. Dificuldades como essa obrigam muitos autores a financiar suas próprias produções, diante de um mercado consumidor local insipiente.
Leonardo Dias, proprietário de uma editora em Teresina, explica que é difícil encontrar editoras dispostas a trabalhar com autores do Piauí. “Como as pessoas ainda não têm, no mercado local, o hábito de consumir a literatura local, quem edita, tem que selecionar bastante para não ter prejuízo. E são adotados critérios rigorosos. Quando se trata de poesia a situação é ainda pior”, afirma.
Edição e Reportagem: Tamires Coelho
tamirescoelho@hotmail.com
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