José Marques de Melo fala sobre o jornal impresso e o diploma jornalístico. Confira!

José Marques de Melo falou, em palestra no Intercom, sobre a readequação do jornal aos novos meios. O jornalista defende que o jornal impresso não vai sumir.

"O jornal brasileiro é um veículo que só serve à elite, só serve à minoria", declarou José Marques. Melo também enfatiza alguns dados: Brasil tem 200 milhões de habitantes e apenas 10 milhões de jornais por dia, e classifica isso como uma vergonha: "Sem leitura não há capacidade de abstração", afirmou Melo.

Em entrevista ao Jornalight, José Marques de Melo falou sobre o curso de Comunicação Social e sua divisão em habilitações, o que, na opinião dele, é um erro. "O curso de jornalismo é, no mundo inteiro, um curso autônomo[...] colocar todos os cursos em uma só armadura é um equívoco", afirma o jornalista. Ele explica que as "habilitações", que hoje se encontram condensadas no curso de Comunicação Social, são, na verdade, carreiras distintas. Ele defende a criação de um curso específico voltado ao Jornalismo, cujas habilitações seriam Radiojornalismo, Telejornalismo, por exemplo. Melo acrescenta um exemplo mais didático: é como se não houvesse distinção entre as carreiras de Odontologia e Medicina - seria um só curso de Saúde, com essas habilitações.

José Marques não considera que a Lei do Diploma Jornalístico tenha contribuído para a proliferação de instituições de ensino superior sem qualidade, mas culpa a "inércia da máquina pública" por isso ter ocorrido. "Muito estudante tá louco só pra pegar o diploma, mesmo que ele não tenha competência. Eu acho que o estudante só vai fazer um curso de jornalismo, se tiver um curso de boa qualidade, se não tiver, ele não vai fazer[...] No caso do Jornalismo, eu acho que tem muitas escolas que deveriam estar fechadas", declarou o jornalista.

Perdeu a palestra? Confira um trecho do que José Marques de Melo ministrou durante o Intercom!

Reportagem e Edição: Tamires Coelho